24 de outubro de 2011

Fim de festa

Vimo-nos. Então, a minha mente logo se pôs a planejar todo o decorrer de nossa relação. Desejei que as nossas operadoras não fossem as mesmas para não fazer chato o nosso amor. A troca de e-mails é uma coisa muito mais linda (e elegante). A gente passaria a fazer do outro um diário, em que nunca somos fiéis aos dias. Apareceríamos vez ou outra por necessidade de contar os bons ventos e, sobretudo, os ruins. Porém o amor não se edifica só de ouvidos (quero dizer, leitura de diários).
Enquanto ele se aproximava eu fantasiava os nossos finais de semana, que era quando dava pra se ver. Faculdade é um troço sério, vocês sabem. O meu coraçãozinho acelerava o Tum-tum-tum a cada passo que ele dava em minha direção. O líquido do copo - que já era inquieto - passou a dançar no ritmo do meu nervosismo. Abaixei o olhar pra não demonstrar o desconcerto. Ora, há momentos atrás eu tinha quase tudo planejado! Não era a imagem de uma moça insegura que eu deveria passar. Ergui novamente o olhar e o susto que tive ao ver o quanto ele havia se aproximado me fez apressar os planos. Ah, certamente iríamos a todos os shows da Letuce, passaríamos o ano todo juntando as migalhinhas pra o Rock in Rio e ele iria comigo na minha primeira viagem de avião. E seria engraçado.
O esforço para continuar olhando-lhe nos olhos e planejando era imenso, pois eu me via entre demonstrar segurança, aparentar alguém interessante, experimentar as melhores poses do olhar e maquinar toda a nossa história de amor.
Ele tinha um olhar desafiador e estava perto, tão perto. Eu já transpirava, mas fazia questão de manter o olhar fixo. Foi então que ele chegou e proferiu:
- Oi, gata.
(pauta para o Blorkutando - 160ª semana)

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