16 de agosto de 2014

Trabalho voluntário: Uma semana de APARJ

Quando eu era mais nova dizia para todo mundo que seria médica veterinária ou bióloga (olha só, fui parar em jornalismo) devido à minha paixão por animais. Ainda hoje sinto um tico de vontade de jogar tudo para o ar e seguir esse fiapo de sonho velho. Ter animais de estimação sempre foi um problema lá em casa. Minha mãe não simpatiza muito, enquanto meu pai se entende melhor com bichos do que com gente. Era um cabo de guerra danado e, claro, eu puxava para o lado de painho.


Eu tive poucos cachorros. Os gatos reinaram/reinam lá em casa: Kiara, Sheegwa, Garfield, Edgar, Dolores e Vilão. As duas primeiras a maldade do homem levou; choramos muito porque foram encontradas mortas no mesmo dia logo após chegarmos do colégio. Garfield era um amarelo danado, descaradinho... Depois que peguei uma micose, mainha deu ele à nossa secretária. Edgar era o companheiro de Dolores (a Lô), envenenaram nosso menino manhoso e o encontramos agoniando na frente de casa... Foram semanas muito tristes que se seguiram... Dolores é a mãe de Vilão, estes dois estão conosco atualmente.


Todos esses bichinhos quando não encontrados na rua foram adotados de alguém que estivesse doando, não me lembro de ter comprado animais, talvez um coelho. Bom, essa enrolação toda é para tentar explicar que os meus bichanos tiveram tal sorte, mas muitos animais vagueiam por aí sozinhos, famintos, sentindo sede e frio. Sensibilizados com isso, um grupo da minha cidade batalhou e fundou a APARJ - Associação de Proteção aos Animais de Riachão do Jacuípe. Aproveitei as férias para conhecer melhor o trabalho e ajudar.

A prefeitura cedeu recentemente um espaço no parque de exposições da cidade para acomodar os animais recolhidos. É um trabalho diário de limpeza do espaço. Cocô e xixi para todos os lados. Vassoura vai, vassoura vem, enquanto os filhotes te atrapalham e divertem ao mesmo tempo.

Eu e meu pai fizemos visitas sempre à tardinha. Primeiro soltávamos os filhotes sãos para passear, enchíamos os vasinhos de água e ração, apanhávamos os cocôs, lavávamos os espaços com água sanitária e voltamos colocando os filhotes sãos de volta para agora soltar os doentes. De novo enchíamos os vasinhos, apanhávamos cocôs, lavávamos os boxes e então trancávamos os cãezinhos dodóis. Pensa que acabou? Ainda tinham as cadelas adultas. Aquele mesmo processo de limpeza e alimentação, depois uma por uma teria que passear. Às vezes, escurecia rápido e, como lá não tinha iluminação, tínhamos que concluir assim mesmo.


Finalizada a limpeza, chegava a hora da sopa. Não sei que receita era essa que fazia os moleques ficarem tão malucos. Com certeza era o momento mais engraçado e recompensador. Ver os bichinhos malucos-loucos-frenéticos por algumas lambidas, que logo deixavam suas barriguinhas cheias, prontos para dormir. Hora de ir embora.

Um fator que dificulta é o sumiço de materiais. Durante minha experiência lá, utensílios, produtos de limpeza, rações e remédios sumiram sem explicação. Suspeita-se que pessoas que também utilizam o espaço ou moradores vizinhos andam se apropriando indevidamente das coisas. Dessa forma, é muito difícil realizar um trabalho sério. Uma das voluntárias está tentando resolver isso trancando tudo num dos quartinhos de lá. Esperemos que isso se resolva. É tudo muito trabalhoso, principalmente porque depende-se de doações e de voluntários. Felizmente, as pessoas estão contribuindo e se solidarizando com a ação. Assim a coisa anda, né minha gente?


Depois dessa experiência eu entendo melhor a necessidade da castração. Lá tem uma cadela que pariu 12 filhotes de uma só vez! Se a gestação dura cerca de dois meses, imagine quantos filhotes ela pode gerar no ano, além do fato de que esses filhotes também gerarão outros filhotes... Ta aí também o poder da adoção. Adotar é um ato de amor, de querer o bem. Se você quer ter um animal e está em dúvida entre adotar e comprar, pensa bem naqueles que estão carentes, adota, vai... Eles precisam de alguém.

Quem quiser fazer doações pode utilizar a conta abaixo:
CAIXA ECONÔMICA
AGÊNCIA: 3644
OPERAÇÃO: 003
CONTA CORRENTE: 421-3

6 comentários:

  1. Nossa, quanta crueldade que seus gatos viveram. Até agora meus gatos não passaram por nada disso, e espero que nunca passem. Minha rua tem pouca gente, então a crueldade não chegou aqui por esse motivo. Se for para ser cruel, nem venha morar por aqui ç-ç
    Esses projetos são ótimos, e é um pessoal com coração que faz isso <3 Espero que continuem com atitudes do tipo :)

    www.sendohipster.blogspot.com.br

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    1. Sim, Luiz... Existe gente muito má aqui na minha rua, mas depois que castrei a Lô ela passa quase o dia inteiro em casa. Agora que o Vilão fez um ano vou castrá-lo também. Que bom que você mora num lugar tranquilo assim!
      É um trabalho difícil e é preciso muito amor mesmo <3

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  2. Aqui onde eu moro,não tem uma abrigo para animais, quero muito ser voluntaria onde eu puder ajudar. Quero fazer veterinária. Sempre que aparece um anjo desse na minha vida, tento ajudar da melhor forma possível. Tenho duas gatas que adotei da rua, se eu pudesse teria mais rsrs, mas minha casa não tem espaço.

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    1. Você já pensou que você mesma pode ter essa iniciativa?
      É muito importante adotar. Se pudermos fazer mais que isso é ainda melhor!

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  3. Que lindo o projeto, adoro animais, parabéns pela iniciativa ;)
    http://blogdapameladias.blogspot.com.br/

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    1. A iniciativa foi de um grupo lá da minha cidade, só fiz ajudar nas férias mesmo. É um trabalho duro, mas muito bonito e recompensador.

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